28 maio 2010

Autismo no trabalho

Diego tem autismo e trabalha em uma loja de material esportivo

Como seria se um dia você chegasse para trabalhar e descobrisse que ganhou um colega com autismo? Aos poucos, o mercado de trabalho está reconhecendo que, mesmo com o transtorno, alguns podem realizar um bom trabalho.


Quando a assistente social do grupo SBS Adriana Amaral informa a algum gerente que ele vai receber um funcionário com deficiência que não seja física, ela costuma ouvir a pergunta: “Qual é a possibilidade de ele surtar no meio da loja?” A resposta não muda: “A mesma possibilidade da assistente social surtar no meio da loja”. O grupo para o qual Adriana trabalha é formado por 150 lojas, onde hoje estão empregadas 123 pessoas com os mais variados tipos de deficiência. Uma das lojas é a Centauro do Shopping Estação, onde conhecemos Diego Mendonza de Melo, 24 anos.

Todos os dias, ele segue de Pi­­ra­­quara de ônibus até Curitiba pa­­ra trabalhar, o que faz com um constante sorriso nos lábios. En­­quanto atravessa o shopping, cum­­primenta os funcionários que encontra e é chamado pelo nome. Figura simpática, ele conta que gosta de trabalhar e, contrariando os sintomas do autismo, também adora conversar. Quem encontra Diego pode perceber que ele tem um comportamento infantilizado para seu tamanho e idade, mas dificilmente alguém acerta o seu diagnóstico.

André Arroyo Ruiz, 30 anos, recentemente diagnosticado com autismo

Dentro do espectro autista, que se divide em graus mais ou menos severos, Diego estaria entre aqueles com menor comprometimento cognitivo. No entanto, a maior parte das pessoas com graus não tão severos de autismo nem ao menos conhecem o transtorno porque não foi diagnosticado. “É mais fácil fazer o diagnóstico em casos mais graves, naqueles em que a deficiência men­­tal e o comportamento bizarro estão presentes. No caso dos aspergers (os chamados de alto funcionamento, com inteligência normal ou acima da média) é bem difícil”, diz o psiquiatra Es­­tevão Vadasz, coordenador do Pro­­jeto Transtorno do Espectro Autista do Hospital de Clínicas, em São Paulo.

Para serem contratados pela Lei de Cotas, como é conhecida a lei que estabelece um número mínimo de pessoas com deficiências em grandes empresas, além de ter autismo, a pessoa precisa ter algum grau de deficiência intelectual, ou mental, assim como acontece com a Síndrome de Down.

2 comentários:

nedav disse...

Atribui-lhe um prémio em http://gritodemudanca.blogspot.com/

Abraço

Paulinha disse...

Reparei que o meu amigo Nelson e eu partilhamos opiniões.

Também eu, no meu blog, lhe atribuí o Prémio "Dardos", convido-vos a visitar o post de hoje!

Bom dia e boa semana!