Marília Juste Do G1, em Chicago
Um defeito nos genes pode fazer com que crianças com autismo tenham músculos mais fracos, que impedem que elas façam atividades físicas. O problema foi identificado por um neurologista e geneticista americano e apresentado na Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia (AAN), em Chicago, nos EUA. A equipe de John Shoffner, dono do instituto de pesquisas Medical Neurogenetics, de Atlanta, analisou 41 crianças autistas, com idades entre dois e 16 anos.
Nenhuma delas tinha qualquer doença muscular conhecida, mas todas apresentavam fraqueza nos músculos que sustentam o esqueleto. Shoffner acredita que isso ocorra por causa de um problema associado aos genes ligados ao autismo, que gera alterações na mitocôndria, o centro de produção de energia da célula. De acordo com o pesquisador, estudos anteriores mostraram que pelo menos 20% dos autistas apresentam doenças mitocondriais. No grupo que ele estudou, 65% das crianças (24 do total) tinham o problema, que levou à fraqueza muscular severa.
Impedimento físico Schoffner lembrou que embora a grande maioria dos autistas não tenha qualquer alteração mitocondrial, os poucos que têm o problema sofrem com sérias conseqüências. “É algo preocupante, porque a socialização de uma criança com autismo já é difícil o suficiente sem o impedimento físico”, afirmou. Para o pesquisador, entender melhor a relação entre os problemas na mitocôndria e o autismo é essencial por dois motivos.
Em primeiro lugar, para compreender melhor os mecanismos da doença. Em segundo, para verificar como os genes podem afetar a função mitocondrial. O americano pretende agora ampliar sua pesquisa para verificar a freqüência desses problemas musculares em um número maior de pacientes autistas. Segundo ele, é preciso também desenvolver maneiras de identificar os genes responsáveis pelas alterações mitocondriais e meios de melhorar o diagnóstico.
Clique no Título para ler a notícia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário