Não espere uma ação definitiva
Tudo no mundo muda,
A cada instante, alguém mente,
Alguém fala a verdade.
Não existe meia vida, nem meia morte.
A vida precisa ser inteira...
A parte maior da existência...
A morte, portal para outra lucidez...
Eu te doei o meu melhor e o meu pior.
Perdoa se a outra parte,
Ficou para se completar...
Mas venha dançar,
Há tanto frio no mundo
Há tanto por fazer,
Mas deixa para amanhã
Venha cantar, eu sei que você adora,
Muito prazer, essa é a nossa história,
Tu passas e tudo em ti reflete mistério...
Eu pouco sabia da vida quando te concebi,
Tudo se resumia em sonhos tolos de poeta,
Mas que poema auspicioso, eu posso te oferecer?
Aquele sorriso de sol, aquele chorar de chuva,
Muito prazer eu sou sua mãe,
E o meu amor é condicionado ao meu coração,
Jamais cumpri minhas promessas,
Mas creia sou aquela moça da foto,
Meio luz, meio sombra, meio viva.
Não vá embora, nem lute para se encaixar á nada,
Seja assim, esse rapaz puro e diferente
Alias nada é igual nada, ninguém a ninguém...
Seja você esse ser que adormece,
e acorda, esperando pelos rostos amigos,
Faz tempo que não te escrevo,
Às vezes você me cansa,
As pessoas me cansam
A vida me cansa,
A morte do velho em nós, me cansa,
O novo em nós que cobra, me cansa.
Nenhuma palavra é interpretada na sua essência
Tudo é superficial demais, por hora, fiquemos assim,
Você aí, na sua solidão de anjo,
Eu aqui, esperando que me vejas,
Do outro lado da ponte...
Não precisa correr, nem se refugiar,
Sua caverna escura, agora tem luz...
Não acredite em todos, nem em mim...
É longa nossa história, páginas e paginas
Para serem desvendadas...
E creia você não é uma página em branco,
É as melhores linhas ainda serão escritas
Creia se não for aqui, será nas estrelas
Você merece...
Autora
Liê Ribeiro
Mãe de um rapaz autista.