Para começar, a encenação ocorre em dois palcos: um para a autista, outro para sua terapeuta. As duas contam suas experiências num congresso médico. Mas elas se encontram, circulam pelo corredor entre duas fileiras de cadeiras, que, apesar de presas ao chão, são rotatórias, para que o espectador possa acompanhar as cenas em diferentes espaços. Antes da apresentação, o público entra numa espécie de saguão poético, uma pequena exposição pensada pelo artista plástico Raul Mourão (também responsável pelo cenário), com obras de Nino Cais, Eduardo Coimbra e Chelpa Ferro.
- Sinisterra usa o autismo, que tem uma diferença na forma de apreender o mundo, para falar da arbitrariedade da linguagem, de como ela é insuficiente. Ela nunca dá conta das coisas. Também quis dar ao espectador a experiência de outra organização, outras formas de linguagem, outro modo de assistir à peça - explica Malu, que há dois anos encenou "Diálogos com Molly Bloom", de Sinisterra, dirigida por cinco diretores, incluindo o espanhol.
Interpretada por Mariana Lima, a autista é livremente inspirada na americana Temple Grandin, PhD em biologia que aprendeu a se comunicar com o mundo criando códigos próprios de associação em imagens concretas, já que o autista tem dificuldade com a abstração. O nome da peça parte de uma máquina de fato criada por Temple para "abraçar" o gado antes do abate - uma invenção que usa para si mesma, já que o autista tem dificuldade com o toque.
Um comentário:
Estava lendo teu perfil
e pensando de como nós mães somos importantes na vida de nossos filhos
gostei muito ao ver que me linkou
beijos
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