16 agosto 2011

Irmãos de autistas têm 19% de chances de desenvolver o transtorno

RIO - O risco de uma criança com um irmão mais velho autista ter o mesmo problema é mais alto do que se pensava. Antes estimado em 3% a 10%, este índice chega a 18,7%, e se for do sexo masculino, alcança 20,1%, segundo estudo internacional coordenado pelo UC Davis MIND Institute e que será publicado na edição de setembro da revista "Pediatrics".
Este é o maior estudo prospectivo sobre transtorno do espectro do autismo e sua recorrência entre irmãos. Os seus dados têm implicações importantes no aconselhamento genético dos pais e no encaminhamento para intervenção precoce de irmãos de autistas, em casos de suspeitas de atraso no desenvolvimento, disse Sally Ozonoff, professora de psiquiatria e ciências comportamentais do MIND Institute e principal autora do trabalho.- Nenhum outro estudo identificou um risco de recorrência tão alto - comentou Sally.O autismo é um distúrbio complexo que afeta a capacidade de uma criança pensar, comunicar, interagir socialmente e aprender. Nos Estados Unidos, estima-se que a incidência de autismo é de 1 em 110 crianças. 


Os participantes do estudo fazem parte do Baby Siblings Research Consortium, uma rede internacional apoiada pela ONG Autism Speaks, que financia e reúne dados sobre a recorrência de autismo entre irmãos. Há fortes evidências de que fatores genéticos desempenham um papel crítico na vulnerabilidade para o desenvolvimento desse transtorno.
Os autores acompanharam 664 pacientes, com média de idade de 8 meses no momento da inscrição na pesquisa, sendo dois terços recrutados antes dos 6 meses de vida. E todos foram acompanhados até 36 meses, quando eles foram testados para o autismo.Dos 664 participantes, um total de 132 crianças preencheram os critérios para algum transtorno do espectro do autismo. Mais homens do que mulheres têm autismo: 80% de todas as crianças afetadas são do sexo masculino.- Irmãos mais novos de crianças com transtornos do espectro do autismo precisam ser controlados com muito cuidado, e isso pode exigir mais do que a consulta de rotina ao pediatra - afirmou Sally.

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