Numa grande sala, odontólogos que fazem um curso de especialização na sede da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) aliam o treinamento prático a uma ação solidária. Duas vezes por mês, eles atendem por um preço simbólico clientes com necessidades especiais: portadores de doenças infecciosas, gestantes, pessoas com diabetes, transplantados, doentes de câncer, pessoas com deficiências motoras ou neurológicas, entre outros.A cada 15 dias, são atendidos cerca de 60 pacientes durante a manhã e a tarde, inclusive do Interior e de outros estados. Pessoas que procuravam os serviços de saúde e se deparavam com a falta de prática dos profissionais em atender pacientes especiais e que acabavam sem atendimento.
É o caso da diarista Eva Vieira Sena, que se mudou de Alagoas para o Ceará a fim de oferecer um melhor atendimento médico e odontológico para a filha Michele, de 18 anos, portadora de paralisia cerebral.‘‘Lá as coisas eram muito difíceis e não dava para ter um atendimento adequado. Aqui eles tratam da minha filha de uma forma muito cuidadosa e carinhosa, estou muito satisfeita’’, conta. Além dos tratamentos para a manutenção da saúde bucal, a dentista incentiva Michele a fazer exercícios para desenvolver a mastigação, a fim de que a jovem não tenha sua alimentação limitada a produtos líquidos ou pastosos.Segundo o odontólogo Fabrício Bitu, um dos professores da especialização, a preocupação em estabelecer um atendimento que inclua portadores de necessidades especiais é relativamente nova no Brasil, mas se faz urgente. Por isso, desde 2005, a ABO promove o curso de especialização em Odontologia para Pacientes Portadores de Necessidades Especiais.
Com o acompanhamento de quatro professores, os alunos colocam em prática o atendimento especial que aprendem na teoria.‘‘Desde os anos 90 temos sentido uma demanda por esse tipo de serviço, até porque não podemos dizer que os portadores de necessidades especiais são uma minoria. Apesar de acabar sendo resultante do trabalho, o nosso foco principal não é ajudar essas pessoas, mas fazer com que essa prática se torne comum entre os odontólogos’’, explica.O odontólogo explica que, ao contrário do que se imagina, o nível de esterelização da sala e dos equipamentos é o mesmo do paciente comum. A diferença estaria na abordagem técnico-científica para cada caso. Um autista, que não suporta o toque, faz com que o odontólogo tenha um condicionamento psicológico para lidar com ele. Já no caso de um hepático, é preciso ter cuidado na dosagem dos medicamentos, que são metabolizados pelo fígado. ‘‘O que nos preocupa é não haver, no Ceará, um atendimento hospitalar especializado para casos especiais mais graves, como autismos graves ou psicopatias’’, alerta.
KAROLINE VIANA-Especial para Cidade
Clique no título para ver a matéria.
2 comentários:
BOA TARDE EU SOU APENAS UMA MÃE DESESPERADA PORQUE TENHO UM CASAL DE GÊMEOS E A MENINA,TEM PC E MORAMOS NO RIO DE JANEIRO E NÃO SEI MAIS O QUE FAZER EU RODEI TUDO O QUE PUDE,MAIS TODOS NEGAM TRATAR DELA,APENAS DIZENDO SEMPRE AS MESMAS PALAVRAS MÃE VC TEM QUE PROCURAR UM ESPECIALLISTA,SÓ QUE ELA JÁ ESTÁ COM 10 ANOS E COM MUITAS CARES E ISSO TÁ ME DEIXANDO CADA DIA MAIS TRISTE E ME SINTO DE MÃOS ATADAS PRECISO MUITO QUE AJUDEM A MINHA FILHINHA O NOME DELA É LARISSA E É A SEGUNDA GEMELAR,AGUARDO ANCIOSA A RESPOSTA DE VCS!OBRIGADA!
Mâe, saiba que vc nâo é a única. tenho uma filha com Sindrome de Asperger (um tipo de autismo)na adoescencia. Também tenho rodado, sem colher respostas. O grau de depressão/irritabilidade está nos desestruturando. Não sabemos o que fazer para ajudá-la. Psicólogos, psiquiatras e medicamentos nâo dão conta de tudo.
Postar um comentário